segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

A Era Das Fogueiras

No século IV, quando o Cristianismo se propagava, a Igreja Católica havia tomado santuários e templos sagrados de Vikings e Celtas para implantar sua religiosidade e construir suas igrejas. Nos primórdios do Catolicismo seus dirigentes acreditavam que os pagãos continuariam à ir nestes lugares sagrados, para reverenciarem seus Deuses, e que com o passar do tempo assimilariam o cristianismo e aos poucos o paganismo seria substituído, pela crença religiosa cristã, através da anulação. Mesmo assim, por toda a parte, as pessoas, continuavam venerando Deuses e Deusas do paganismo. A tática da Igreja Católica não funcionou e através da Inquisição, de uma forma insandecida e sádica, tentaram apagar de uma vez por toda a figura da Grande Deusa Mãe como principal divindade cultuada sobre todos os extremos da Terra. A Inquisição teve início no reinado de Papa Inocêncio III ( de 1227 à 1241 d.C), numa tentativa de exterminar com a Bruxaria. Papa Inocêncio III O poder da Igreja Católica começava à ser contestado e o sistema feudal entrava em declínio. Diversos movimentos e revoltas religiosas começavam a acontecer entre os camponeses. A religião pagã era vista como uma ameaça à poderosa e nova religião, pois era extremamente disseminada entre os povos da Europa e por isso precisava ser banida. A caçada perseguidora começou paulatinamente. Os inquisidores perseguiam, torturavam e matavam pessoas, só porque tinham crenças religiosas que diferiam da religião declarada como oficial. Torturas aplicadas aos Pagãos Aos poucos a perseguição ia tomando proporções maiores, até que em 1484 o Papa Inocêncio VIII, declarou deliberadamente que a Bruxaria era uma grave heresia, redigindo um bula papal que liberava o poder da Inquisição contra as pessoas que praticassem Feitiçaria, Magia ou Bruxaria. Com o passar do tempo, a prática da Bruxaria tornou-se uma ilegalidade. Deuses Antigos do panteão pagão, cada vez mais, eram transformados em Demônios e muitas das diversas Deusas também foram transformadas em espíritos infernais, tudo isso para denegrir a imagem da Religião Pagã. A Igreja queria apagar o fato de que um dia, uma Deusa, e não um Deus, foi objeto de adoração de todo o mundo. O Catolicismo transformou o culto à Grande Deusa Mãe, num culto satanista, fazendo as pessoas acreditarem que quem cultuava os Deuses pagãos, estava servindo a Satã. Desde o tempo do Novo Testamento, a imagem do Diabo mudou várias vezes, mas somente durante a Caça às Bruxas, começaram à representá-lo com chifres, rabo e pés de bode. Por que o Diabo Cristão foi retratado desta forma? Não há nenhuma descrição do Diabo na Bíblia que diz que ele é metade homem e metade besta. Essa é a descrição do antigo Deus Celta Cernunos, o consorte e primogênito da Deusa. As Bruxas não achavam que Ele era o poder do mal, mas sim o poder do bem! Ele apenas era o lado masculino da natureza. As Bruxas adoravam os velhos Deuses e continuaram a adorá-los, mesmo depois que a Igreja disse que todos os Deuses pagãos eram demônios. Cada vez mais a Inquisição se fortificava, crescia e se espalhava por todos os lugares, porque além de religioso o movimento começou à ser comerciário. Inquisidores e informantes eram muito bem pagos. Todos os que testemunhassem contra uma pessoa suspeitosamente herege, recebia uma parte de suas propriedades e riquezas, caso a vítima fosse condenada. A caça às Bruxas tornou-se muito lucrativa! Em 1486 era publicado um livro chamado Malleus Maleficarum , com uma lista de indícios para reconhecer e regras para condenar um Bruxo. E eis aqui alguns: - Difamação notória por várias pessoas que afirmassem ser o acusado um Bruxo; - Se um Bruxo desse testemunho de que o acusado também era Bruxo; - Se o suspeito fosse filho, irmão, servo amigo, vizinho ou antigo companheiro de um Bruxo; - Se fosse encontrada uma suposta marca do Diabo no suspeito; - O tratado afirmava que as mulheres deveriam ser as mais visadas, pois são naturalmente propensas à Feitiçaria. Com o Malleus Maleficarum os inquisidores saiam à procura de vítimas para o louco movimento imposto pelas "autoridades" eclesiásticas. Quando um suspeito era acusado, em geral, não poderia ser executado antes de confessar que era Bruxo, o que era conseguido através de torturas. Diversos métodos foram adotados, entre eles a perfuração da língua, enforcamento lento, imersão em água quente, cadeiras de ferros em brasa, tornos para a perna entre inúmeras outras formas de tortura. Com exceção da Inglaterra e dos EUA, os acusados eram queimados em Estacas. Na Itália e Espanha as vítimas eram queimadas vivas. Na França, Escócia e Alemanha, usavam madeiras verdes para prolongar o sofrimento dos condenados. No século XVIII chega ao fim as perseguições aos pagãos, sendo que a lei da Inquisição permaneceu em vigor até meados do século XX, mesmo que apenas em teoria. Na Escócia a lei foi abolida em 1736, na França em 1772 e na Espanha em 1834. O pesquisador Justine Glass afirma que cerca de 9 milhões de pessoas foram acusadas e mortas, durante o tempo em que durou a perseguição contra a Bruxaria. A caça às Bruxas só acaba por que a elite social e religiosa dá um fim à ela. Ao longo dos séculos , as "mesmas pessoas", juizes, advogados, governadores e clérigos que decidiram que haviam pessoas que praticavam Bruxaria, decidiram que não havería mais. A caça às Bruxas terminou quando os Estados Modernos se consolidaram, pois não era mais necessário ter um grupo visto como ligado ao demônio e quando as guerras entre as diferentes religiões haviam acabado. Apesar de o Estado ainda lidar com revoltas de camponeses-trabalhadores, as instituições militares eram mais fortes e estabelecidas do que no início dos primeiros séculos cristãos, por isso havia menos com o que se preocupar. Apesar de interesses maiores terem lutado para sufocar a voz e o poder da Bruxaria e dos Antigos Deuses, ela continua tão viva quanto no início dos tempos. O canto da Sagrada Deusa não foi abafado pelos gritos daqueles que morreram professando a fé em seu poder e benevolência. Pelo contrário, à cada dia que passa Ela canta mais alto um canto doce, perpétuo e sem fim: "Eu sou a Mãe de todas as coisas, Aquela que faz a natureza brilhar. Sou aquela que zela por aqueles que constituem a população da Terra. Terra, que tanto mudou através dos tempos. Terra, que chorou por aqueles que me entenderam. Terra, que sofreu com aqueles que foram banidos. Benditos sejam eles! Aqueles que me aceitaram e em mim esperaram, Pois voltam agora para reinar num novo tempo. Bem vindo sejam eles novamente ao seu antigo lar!"imagick.org.br

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